Tanta lida para tão pouca vida

Tanta lida para tão pouca vida.

Expressa a ideia de que se gastou muito esforço, tempo ou sofrimento para uma vida breve ou com poucos frutos.

Versão neutra

Muito trabalho para tão pouca vida.

O que significa exactamente este provérbio?
Significa que se fez muito esforço ou se viveu com muita preocupação e trabalho, mas a vida foi curta ou os resultados foram insuficientes, suscitando um sentimento de desperdício ou lamento.
Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer expressar melancolia ou crítica face a uma desproporção entre sacrifício e recompensa, por exemplo após perdas, em debate sobre excesso de trabalho ou ao avaliar escolhas de vida.
É um provérbio pessimista?
Tem um tom melancólico ou crítico, mas não é necessariamente derrotista: pode servir de convite à reflexão sobre prioridades e qualidade de vida.
Tem origem literária conhecida?
Não há uma origem documentada específica; trata-se de fórmula de sabedoria popular usada em língua portuguesa para sintetizar uma queixa comum.

Usa-se para lamentar a desproporção entre o esforço/sofrimento e o tempo de vida ou os resultados obtidos.
Tom geralmente melancólico ou crítico — pode servir como reflexão sobre prioridades (trabalho vs. qualidade de vida).
Aplicável em contextos pessoais (saúde, envelhecimento) e sociais (condições laborais, guerras, crises económicas).
Registo: coloquial a literário; funciona bem em discursos reflexivos, crónicas ou conversas informais.

Depois de anos a sacrificar os fins de semana pelo emprego, João suspirou: «Tanta lida para tão pouca vida» — percebera que não tinha tempo para a família.
Ao ver as fotografias dos soldados que não voltaram, a avó murmurou: «Tanta lida para tão pouca vida», lamentando o custo humano da guerra.
Reformada aos cinquenta e poucos, sentiu que todo o esforço valeu a pena; outros sempre disseram: «Tanta lida para tão pouca vida», quando perderam amigos e tempo livre.

Viver para trabalhar ou trabalhar para viver?
De que serve tanto trabalhar se não se vive?
Não traz à vida quem escreve, traz quem vive (variação reflexiva sobre vida e obra)

Algumas pessoas veem sentido no esforço mesmo que a vida seja curta — o trabalho dá propósito e legado.
A duração da vida não é o único critério; a intensidade e a qualidade desses anos também contam.
Em certas circunstâncias, o sacrifício é visto como necessário para proteger ou garantir um bem maior (família, segurança).