Toda raposa pensa que os outros têm o rabo comprido como o dela.
Critica a tendência de projectar nos outros os próprios defeitos, hábitos ou capacidades — presumir que os outros são como nós.
Versão neutra
Cada pessoa tende a supor que os outros têm as mesmas qualidades, defeitos ou hábitos que ela própria.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que as pessoas tendem a projectar nos outros os mesmos defeitos, hábitos ou características que têm, julgando com base em si próprias. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer criticar ou explicar um julgamento que parte de experiências pessoais ou de comportamento próprio, sobretudo em contextos informais. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Pode ser, se usado directamente para acusar; tem tom crítico e irónico. Melhor empregá‑lo como comentário geral ou em tom diplomático. - Há provérbios opostos ou que recomendem cautela?
Sim — por exemplo expressões que sublinham a importância de verificar factos antes de generalizar, ou de considerar perspectivas alheias.
Notas de uso
- Usa‑se para censurar ou explicar julgamentos precipitados feitos com base na própria experiência ou comportamento.
- Registo: coloquial; pode ser irónico ou crítico dependendo do tom e do contexto.
- Pode ferir se aplicado directamente a alguém; preferível em discussões gerais ou como comentário sobre atitudes.
Exemplos
- Quando Manuel acusou todos de manipular os números porque ele próprio costuma fazê‑lo, Maria respondeu: «Toda raposa pensa que os outros têm o rabo comprido como o dela.»
- Ela assume que ninguém trabalha sem favores porque assim procederia; é um caso clássico de 'cada pessoa supõe que os outros são como ela'.
- Ao ouvir críticas sobre a desonestidade generalizada, Luís lembrou‑se do provérbio para explicar que a opinião vinha de experiências pessoais, não de factos.
Variações Sinónimos
- Cada um julga pelos seus próprios hábitos.
- Quem faz um crime pensa que os outros também o fazem.
- Cada cabeça sua sentença.
Relacionados
- Cada um julga pelos seus olhos.
- Quem nunca comeu mel, quando come, lambe o dedo.
- A casa do meu vizinho sempre parece melhor.
Contrapontos
- Nem sempre a projeção está errada: em contextos culturais ou profissionais, comportamentos comuns podem justificar expectativas semelhantes.
- Generalizar a partir da experiência própria pode levar a erros de avaliação; é importante procurar evidência externa antes de concluir.
- Em vez de acusar, usar a observação como ponto de partida para diálogo pode revelar causas reais do comportamento alheio.
Equivalentes
- Inglês
Every fox thinks other folks have tails as long as his. / People judge others by themselves. - Espanhol
Toda zorra piensa que los demás tienen el rabo tan largo como el suyo. - Francês
Tout renard pense que les autres ont la queue aussi longue que la sienne. - Alemão
Jeder Fuchs meint, die anderen hätten einen ebenso langen Schwanz wie er.