Velho e namorado, cedo enterrado

Velho e namorado, cedo enterrado.
 ... Velho e namorado, cedo enterrado.

Adverte, de forma fatalista, que quem na velhice se envolve romanticamente fica mais vulnerável e pode morrer cedo — interpretação cultural mais do que literal.

Versão neutra

Diz-se que quando uma pessoa idosa se apaixona fica mais exposta a riscos, frase usada sobretudo em sentido figurado.

Faqs

  • Qual é a origem deste provérbio?
    Trata-se de um ditado de tradição oral, transmitido regionalmente na língua portuguesa. Não há registo autorizável de autor ou data de criação.
  • Significa que namorar na velhice causa morte?
    Não. É uma expressão figurada e cultural: sugere vulnerabilidade ou risco percebido, não constitui evidência médica de que namorar cause morte precoce.
  • É adequado usar este provérbio hoje em dia?
    Depende do contexto. Pode ser usado em tom de brincadeira entre amigos próximos, mas tende a ser considerado ageísta ou insensível em contextos formais ou ao dirigir-se a pessoas idosas.
  • Que alternativas usar se quisermos evitar conotações negativas?
    Usar expressões neutras como «namorar na velhice é uma escolha pessoal» ou salientar benefícios sociais e emocionais das relações em idades avançadas.

Notas de uso

  • Usado muitas vezes em tom jocoso para provocar ou advertir alguém mais velho que inicia um namoro.
  • Também aparece em contextos fatalistas, para expressar receio sobre os riscos da paixão na idade avançada.
  • Hoje pode ser considerado ageísta; convém ter cuidado no uso em contextos sensíveis ou formais.
  • Não é um conceito médico; relacionamentos tardios não implicam necessariamente maior mortalidade.

Exemplos

  • Quando a avó começou a sair com um senhor da aldeia, alguém comentou, meio a brincar: “Velho e namorado, cedo enterrado.”
  • Num almoço de família, ouviram o provérbio como advertência: «Se o teu tio se apaixonou, já sabes: velho e namorado, cedo enterrado», mas logo lhe responderam que a felicidade também conta.

Variações Sinónimos

  • Velho namorado, cedo enterrado (variação mínima)
  • Velho que namora, depressa morre (variação regional)
  • Provérbio usado de forma similar: «Quem ama muito, sofre cedo» (paráfrase)

Relacionados

  • A paixão é cega (sobre os efeitos fortes da paixão)
  • Amor de velho é vício (variação moralizadora encontrada em algumas regiões)
  • Quem muito quer, de pouco tem (outro ditado sobre riscos dos desejos)

Contrapontos

  • Estudos mostram que relações afetivas na velhice podem melhorar a saúde mental e reduzir o isolamento.
  • Afirmar que namoro em idade avançada conduz à morte é uma generalização sem fundamento científico.
  • O provérbio reflete uma visão cultural tradicional que tende a estigmatizar a afectividade dos idosos.

Equivalentes

  • Inglês
    Old and in love, soon buried (tradução literal; não há um provérbio idêntico em inglês)
  • Espanhol
    Viejo y enamorado, pronto enterrado (tradução literal usada em conversas informais em zonas hispanófonas)
  • Francês
    Vieux et amoureux, bientôt enterré (tradução literal; expressão não é comum na tradição francesa)

Provérbios