 A barriga não tem ouvido.
		
		A barriga não tem ouvido.
					Quando alguém tem necessidade (especialmente fome), não ouve razões nem conselhos — as necessidades imediatas sobrepõem-se à persuasão.
Versão neutra
A fome não ouve argumentos.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
 Use-o para explicar que uma necessidade imediata (como a fome) torna alguém menos receptivo a argumentos ou regras. É apropriado em contexto coloquial para justificar impaciência ou prioridade por necessidades básicas.
- O provérbio justifica ações erradas devido à fome?
 Não. É uma observação sobre motivações humanas, não uma desculpa ética ou legal. A necessidade pode explicar comportamento, mas não o legitima automaticamente.
- É usado só para fome?
 Não — embora comummente referido à fome, aplica‑se metaforicamente a qualquer necessidade forte (medo, desejo, necessidade económica) que impeça ouvir razões.
Notas de uso
- Usado de forma coloquial para justificar que alguém age movido por necessidade ou desejo e não por argumentos racionais.
- Empregado tanto numa aceção literal (fome) como metafórica (desejo, necessidade emocional ou material).
- Tomar com cuidado: não é desculpa legal ou ética para actos reprováveis; é sobretudo uma observação sobre motivações humanas.
- Registo: informal; comum em conversas quotidianas e textos moralizantes/populares.
Exemplos
- Quando as pessoas passam fome, explicações sobre dieta saudável pouco valem — a barriga não tem ouvido.
- Tentámos fazê‑los esperar pela reunião, mas a entrega de comida foi imediata: a barriga não tem ouvido.
- Ela não quis ouvir advertências sobre os riscos do trabalho perigoso; quando a necessidade aperta, a barriga não tem ouvido.
Variações Sinónimos
- A fome não ouve razões.
- Quando a fome aperta ninguém escuta.
- Quem tem fome não tem ouvidos.
- A necessidade não tem ouvidos.
Relacionados
- A fome é má conselheira.
- A necessidade não tem lei.
- Quem tem fome, mau pão lhe sabe.
Contrapontos
- Não serve de justificação para actos ilegais ou violentos — responsabilidade continua a existir apesar da necessidade.
- Nem sempre é verdade: muitas pessoas controlam impulsos mesmo em situação de necessidade; o provérbio generaliza um comportamento.
- Usar o provérbio pode minimizar causas estruturais da pobreza; convém evitar discurso que culpabilize quem sofre.
Equivalentes
- Inglês
 The belly has no ears. (equivalente literal) / Hunger doesn't listen to arguments. (equivalente idiomático)
- Espanhol
 La barriga no tiene oídos. (equivalente literal e usado em variantes regionais)
- Francês
 Le ventre n'a pas d'oreilles. (equivalente literal)
- Italiano
 La pancia non ha orecchie. (equivalente literal)