Não há nada que o ouvido do ciúme não ouça.
O ciúme distorce a percepção: quem tem ciúmes tende a interpretar ou ouvir tudo como prova de traição ou ameaça, mesmo sem razão.
Versão neutra
Quem sente ciúmes tende a interpretar tudo como sinal de perigo ou deslealdade, mesmo quando não há provas.
Faqs
- O provérbio significa que o ciúme é sempre irracional?
Não necessariamente. O provérbio enfatiza a tendência do ciúme para distorcer a percepção, mas não exclui a possibilidade de haver motivos reais para suspeitas; recomenda cautela e verificação de factos. - Quando é adequado usar este provérbio?
Quando se quer chamar a atenção para julgamentos precipitados motivados por ciúme ou desconfiança, especialmente em conversas sobre relações pessoais ou conflitos de confiança. - O provérbio é ofensivo?
Em geral não é ofensivo; trata-se de uma observação sobre um comportamento. Contudo, usá‑lo para rotular alguém pode ferir sentimentos.
Notas de uso
- Usa-se para alertar contra interpretações enviesadas causadas pelo ciúme.
- Aplica-se sobretudo em contextos afectivos, mas também em situações profissionais ou sociais onde a desconfiança altera a leitura dos factos.
- Tem função correctiva: sugere que a pessoa deve pôr em causa as próprias suspeitas e procurar provas em vez de confiar apenas nas impressões.
Exemplos
- Ao ouvir a colega falar com o chefe, João lembrou-se do provérbio: não há nada que o ouvido do ciúme não ouça — começou logo a imaginar favoritismos sem confirmar nada.
- Quando ela ouviu a mensagem no telemóvel do parceiro, a sua mente desenhou cenários de traição; o provérbio recordou-lhe que o ciúme faz ouvir coisas que talvez não existam.
Variações Sinónimos
- O ouvido do ciúme tudo interpreta.
- Os ciúmes fazem ouvir fantasmas.
- O ciúme embota a razão.
Relacionados
- A desconfiança cria inimigos.
- Ver para crer.
- Quem vê exagera; quem ama perdoa.
Contrapontos
- Nem toda desconfiança é infundada: em algumas situações o ciúme surge de sinais objectivos.
- A prudência pode exigir atenção a comportamentos suspeitos; o provérbio não invalida a necessidade de verificar factos.
Equivalentes
- inglês
Jealousy hears what it wants to hear. - espanhol
El oído de los celos no oye nada que no confirme sus sospechas. - francês
L'oreille de la jalousie n'entend que ce qui l'arrange.