A ocasião faz o ladrão.

Significa que a oportunidade ou circunstâncias favoráveis podem levar uma pessoa a cometer um furto ou acto reprovável.

Versão neutra

A existência de oportunidade facilita a ocorrência de um furto ou de um acto indevido.

Este provérbio justifica o roubo?
Não. O provérbio descreve uma relação entre oportunidade e comportamento, mas não é uma justificação moral ou legal para roubar. A responsabilidade individual e as consequências legais mantêm‑se.
De onde vem este provérbio?
A forma portuguesa deriva de um provérbio muito antigo com equivalente em latim («Occasio facit furem»). Foi transmitido oralmente e por escrito desde a Idade Média em várias línguas europeias.
Como se aplica na prática?
Aplica‑se como conselho preventivo: reduzir oportunidades (trancar portas, não deixar objectos à vista, controlar processos) diminui o risco de furtos e de outras más acções.

Usa‑se para explicar ou justificar, de forma descritiva, como a disponibilidade de oportunidade aumenta o risco de crime.
Não deve ser tomado como justificação moral ou legal para actos ilícitos; responsabiliza a situação mais do que a vontade.
Emprega‑se também em sentido figurado para referir tentações não criminosas (ex.: aproveitar uma vantagem indevida).
Frequentemente aparece em conselhos práticos: reduzir oportunidades reduz o risco (ex.: travar comportamentos de risco, guardar bens de valor).

Deixaram o carro com as portas destrancadas e os telemóveis à vista — a ocasião faz o ladrão, depois não se queixem se houver furtos.
Numa festa com bebida e pouca vigilância, alguns comportamentos imprudentes surgem: a ocasião faz o ladrão, por isso convém estabelecer regras claras.
O patrão reconheceu que a falta de controlos permitiu desfalques: não é uma desculpa, mas a ocasião faz o ladrão, e é preciso corrigir os processos.

Occasio facit furem (forma latina relacionada).
A necessidade é mãe da invenção (relacionado por causa da origem de acções motivadas por circunstância).
Prevenir é melhor do que remediar (relacionado no sentido de reduzir oportunidades para evitar problemas).

Não exonera a responsabilidade individual: a existência de oportunidade não torna moralmente aceitável o crime.
Explicar um acto pela ocasião pode mascarar causas estruturais (pobreza, desigualdade, falta de educação) que também devem ser tratadas.
Usar o provérbio como desculpa pode impedir a aplicação de sanções legais e de medidas de prevenção eficazes.