A quem não tem dentes, dá o diabo goelas
Expressão que resume a ideia de que os mais desfavorecidos ou incapazes acabam por sofrer ainda mais infortúnios; a injustiça ou a má sorte recai sobre quem está em pior condição para a suportar.
Versão neutra
Os mais desfavorecidos acabam por sofrer ainda mais infortúnios.
Faqs
- O que exatamente significa este provérbio?
Significa que as pessoas já em situação desfavorecida tendem a ver-se atingidas por mais problemas ou injustiças, realçando a falta de equidade nas circunstâncias da vida. - Em que contextos posso usar esta expressão?
Pode usar-se em conversas informais para lamentar ou criticar situações de injustiça, acúmulo de dificuldades ou má sorte sobre alguém que já está em desvantagem. Evite em contextos formais ou sensíveis. - É uma expressão ofensiva?
Não é necessariamente ofensiva, mas a referência ao 'diabo' e o tom fatalista podem torná-la pouco apropriada em contextos formais ou junto de pessoas sensíveis. Use com cuidado.
Notas de uso
- Uso coloquial e regional; mais comum em registos familiares ou informais.
- Emprega-se para lamentar desigualdade de circunstâncias ou acumulação de problemas sobre alguém já fragilizado.
- Pode ter tom crítico ou resignado — dependendo do contexto, serve para denunciar injustiça ou para expressar fatalismo.
- É uma expressão antiga; a referência ao 'diabo' torna-a mais forte e por vezes considerada pouco formal ou ligeiramente ofensiva em contextos sensíveis.
Exemplos
- O senhor já perdeu a reforma e agora teve de pagar uma grande despesa médica — realmente, a quem não tem dentes, dá o diabo goelas.
- Quando as pequenas empresas fecham uma após a outra e os apoios não chegam, os comerciantes dizem que a quem não tem dentes, dá o diabo goelas.
Variações Sinónimos
- Ao que não tem dentes, o diabo dá-lhe goelas.
- Ao pobre, ainda por cima, acontecem mais desgraças.
- Os que menos têm são os que mais sofrem.
Relacionados
- Quando chove, mais molha (quando as coisas correm mal, tendem a piorar)
- A quem tudo falta, até o pouco é tirado
- A desgraça nunca vem só (expressão semelhante quanto à acumulação de infortúnios)
Contrapontos
- Quem não tem cão, caça com gato (sugere engenho e adaptação, não acumulação de infortúnios)
- Depois da tempestade vem a bonança (visão optimista de recuperação)
- Cada um colhe o que semeia (enfatiza responsabilidade pessoal em vez de fatalismo)
Equivalentes
- Inglês (aproximado)
"When it rains, it pours." / "Misfortune seldom comes alone." - Espanhol (aproximado)
"Cuando llueve, llueve a cántaros." / "A quien poco tiene, le vienen más males." - Francês (aproximado)
"Quand il pleut, il pleut des cordes." / "Le malheur des uns fait le malheur des autres."