Observação de um viés humano: rimos das falhas dos outros, mas vivemos as nossas como embaraços ou tragédias pessoais.
Versão neutra
Consideramos divertidas as tolices dos outros; as nossas, sentimos-nas como embaraços ou desgraças.
Faqs
Qual é o sentido deste provérbio? Aponta um comportamento comum: julgamos e rimos das faltas dos outros, enquanto percebemos as nossas como embaraços graves. É uma observação sobre falta de autocrítica e sobre vieses na avaliação de comportamento.
De onde vem este provérbio? Não há referência de origem conhecida para esta formulação exacta; é uma síntese popular de ideias sobre julgamento social e viés cognitivo.
Como posso usar este provérbio sem ser ofensivo? Use-o para reflexão geral ou autocrítica, não para humilhar alguém no momento em que sofre. Prefira tom irónico suave e contexto em que o propósito seja apontar um viés, não tentar envergonhar.
Que viés psicológico descreve? Relaciona-se com o actor-observer bias e o self-serving bias: tendemos a atribuir os erros dos outros a características pessoais, e os nossos a circunstâncias, e sentimos mais vergonha quando falhamos.
Notas de uso
Usa-se em contextos informais e críticos para apontar hipocrisia ou falta de autocrítica.
Tom frequente: irónico ou admonitório; pode ser ofensivo se dirigido a alguém em situação vulnerável.
Expressa também um fenómeno psicológico (efeito observador/actor) e uma tendência social para julgar terceiros com menos empatia.
Não é um conselho prático; é uma observação descritiva que pode servir para estimular reflexão sobre comportamento próprio.
Exemplos
Quando o colega tropeçou em público, rimos; quando eu o fiz, senti que era o fim do mundo — a tolice alheia é uma piada, a nossa, uma desgraça.
Ao comentar os erros dos outros nas redes, João esqueceu-se desta regra: aquilo que nos diverte nos outros pode doer quando nos acontece a nós.
Variações Sinónimos
A burrice dos outros diverte; a nossa envergonha-nos.
O disparate dos outros é comédia, o nosso é tragédia.
A tolice vista de fora é graça; vista de dentro é sofrimento.
Rimos do erro alheio, sofremos com o nosso.
Relacionados
Vê-se o cisco no olho alheio e não a viga no próprio.
Cada cabeça sua sentença.
Quem ri por último ri melhor (em contextos de ironia sobre julgamento alheio).
Contrapontos
Errar é humano — atitude que enfatiza compreensão e perdão quando alguém falha.
Quem nunca errou que atire a primeira pedra — apelo à humildade antes de julgar.
Aprende com os erros — encoraja ver o erro (próprio ou alheio) como oportunidade de aprendizagem.
Equivalentes
inglês Other people's foolishness is a joke; our own is a tragedy.
espanhol La tontería ajena es una broma; la nuestra, una desgracia.
francês La bêtise des autres est une plaisanterie, la nôtre est une tragédie.
alemão Die Dummheit der anderen ist ein Witz, die eigene ist eine Katastrophe.