Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar...

Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põ ... Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.

Se, em janeiro, a vegetação brotar (indicando inverno brando), os agricultores receiam prejuízo nas culturas e lamentam; se nevar (indicando inverno rigoroso e boa reserva hídrica), regozijam-se pela perspetiva de boa safra.

Versão neutra

Se em janeiro as plantas estiverem a rebentar, isso é mau para as colheitas; se nevar, é um bom sinal para a agricultura.

Faqs

  • Qual é a ideia principal deste provérbio?
    Que sinais observáveis em janeiro — vegetação precoce ou neve — eram usados tradicionalmente para prever o resultado das colheitas: o verde precoce era visto com preocupação, a neve com esperança.
  • Por que o verde em janeiro é motivo para chorar?
    Porque um inverno demasiado brando faz as plantas brotar cedo, o que pode expô‑las a geadas tardias ou perturbar o ciclo de crescimento, prejudicando a produção.
  • Posso confiar neste provérbio hoje em dia?
    É um indicador empírico e cultural; útil como observação tradicional, mas não substitui dados meteorológicos e agrícolas modernos. A sua fiabilidade varia com a região e as mudanças climáticas.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Ao comentar sinais meteorológicos ou agronómicos no início do ano, ou figurativamente para alertar contra conclusões prematuras baseadas em sinais iniciais.

Notas de uso

  • Uso literal: refere-se à observação do estado da vegetação e da neve em janeiro como sinal do futuro agrícola.
  • Uso figurado: contrapõe um sinal precoce (falso optimismo) a um sinal tradicionalmente mais fiável; emprega-se para aconselhar prudência perante sinais enganadores.
  • Contexto cultural: é sobretudo usado em conversas sobre clima, colheitas e previsões sazonais em comunidades rurais.
  • Não deve ser tomado como regra científica; reflecte conhecimento empírico e crenças locais.
  • Pode ser referido com humor ou ironia quando algo parece prometer bem cedo e depois falha.

Exemplos

  • Com as amendoeiras já a florir em janeiro, o velho agricultor suspirou: «Em Janeiro sobe ao outeiro…», lembrando que o início precoce pode ser sinal de problemas.
  • Quando o agricultor viu neve nas encostas, sorriu e citou o provérbio, confiando que a reserva de água seria benéfica para as culturas.

Variações Sinónimos

  • Em janeiro vem ao monte; se vês verdejar, chora; se vês nevar, canta.
  • Janeiro que verdeia, pobre ideia; janeiro que neva, bem se leva.
  • Se janeiro verdear, chora; se nevar, regozija-te.

Relacionados

  • Ano de neve, ano de bem.
  • Março, águas mil; abril, águas mil.
  • Quando em março chove, nem bom fermo nem bom povo.

Contrapontos

  • Sinais climáticos isolados não determinam com certeza o resultado das campanhas agrícolas; a meteorologia moderna e práticas de gestão hídrica alteraram a fiabilidade desses sinais.
  • Mudanças climáticas têm alterado padrões sazonais, tornando provérbios baseados em observações tradicionais menos previsíveis.
  • Interpretação depende do contexto local (tipo de cultura, solo, práticas de irrigação).

Equivalentes

  • Inglês
    If January turns green, weep; if it snows, sing. (folk saying referring to agricultural prospects)
  • Espanhol
    Si en enero ves verdear, llora; si ves nevar, canta. (refrán popular sobre el tiempo y las cosechas)
  • Francês
    Si en janvier tout verdit, pleure; s'il neige, chante. (proverbe paysan sur le climat et les récoltes)

Provérbios