Arre cá, orelhudo, diz o asno ao burro.
Ironiza a hipocrisia de alguém que acusa outro de um defeito que ele próprio tem.
Versão neutra
Chama atenção para a hipocrisia de quem acusa outro pelo mesmo defeito que possui.
Faqs
- Quando se pode usar este provérbio?
Usa-se para sublinhar a hipocrisia de quem critica um defeito que também possui; normalmente em contextos informais e com tom de ironia. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Pode ser percebido como insulto porque chama a pessoa de ‘asno’/‘burro’ por implicação. Recomenda-se cautela e evitar em contextos formais ou com desconhecidos. - Tem origem literária conhecida?
Não há registo de autor ou obra específica; é expressão de tradição oral usada em comunidades lusófonas.
Notas de uso
- Tom informal e jocoso; frequentemente dito em contexto de crítica mútua ou quando se quer salientar hipocrisia.
- Pode ser ofensivo se usado directamente para insultar; adequado em contexto familiar ou entre conhecidos com tom bem-disposto.
- Mais comum em registos orais e regionais; pouca presença em textos formais.
Exemplos
- Quando o João criticou a falta de pontualidade da Maria, a Ana comentou: "Arre cá, orelhudo, diz o asno ao burro" — João também chega sempre atrasado.
- No almoço, o chefe que se queixou do desleixo alheio ouviu do colega: "Isso é mesmo um ‘arre cá, orelhudo’ — fazes o mesmo quando tens prazos."
Variações Sinónimos
- Diz o asno ao burro
- É o coxo que chama a manca
- Quem tem telhados de vidro não atire pedras
Relacionados
- Quem tem telhados de vidro não atire pedras ao vizinho.
- É o coxo que chama a manca.
- A galinha do vizinho é sempre mais velha.
Contrapontos
- Cada um sabe de si — lembrete para não julgar sem conhecer o outro.
- Primeiro arranja a tua casa — encoraja a autocorreção antes de criticar.
Equivalentes
- Inglês
The pot calling the kettle black. - Espanhol
El burro hablando de orejas. - Francês
C'est l'hôpital qui se moque de la charité.