Como a Felícia d'Abrantes, pior que dantes.

Diz‑se de quem ou do que, apesar de aparentar melhoria ou mudança, está na prática pior do que antes.

Versão neutra

Aparentemente melhor, mas na verdade pior do que antes.

Quando se usa este provérbio?
Usa‑se para comentar, com ironia ou crítica, que uma alteração, melhoria aparente ou mudança de imagem resultou afinal num estado pior do que o anterior.
É ofensivo dizer‑lo a alguém?
Pode ser. Tem tom depreciativo e irónico; em contextos pessoais ou profissionais tende a magoar ou desvalorizar a pessoa alvo. É mais seguro usá‑lo entre amigos ou em comentário impessoal sobre situações.
Qual é a origem da referência a 'Felícia d'Abrantes'?
Não há registo histórico claro da pessoa referida; o nome aparece como figura típica num ditado popular. Sem documentação, considera‑se um recurso linguístico para dar cor à expressão.

Tom irónico ou crítico: usado para sublinhar que uma alteração foi contraproducente.
Registo coloquial, mais comum em Portugal; pode ter tom jocoso ou depreciativo conforme o contexto.
Aplica‑se tanto a pessoas (comportamentos, aparências) como a situações (mudanças organizacionais, reformas, decisões).
Evitar em contextos formais ou sensíveis, porque pode humilhar ou menosprezar alguém.

Depois da remodelação do serviço, pareceu ficar mais organizado, mas na prática é como a Felícia d'Abrantes, pior que dantes.
Prometeram medidas para melhorar o trânsito e só complicaram as coisas — pior que dantes, como se costuma dizer.
Ela cortou o cabelo e comprou roupa nova; queriam que ficasse diferente, mas o comportamento não mudou: como a Felícia d'Abrantes, pior que dantes.

Devagar se vai ao longe (sugere que mudanças graduais podem conduzir a melhorias reais)
Mais vale tarde do que nunca (aceita que a melhoria pode ocorrer mesmo depois de um arranque difícil)

inglês
Worse than before / Out of the frying pan into the fire (quando a mudança torna‑se pior)
espanhol
Peor que antes / Salir de Guatemala y meterse en Guatepeor