De esmola grande o pobre desconfia.
Ofertas excessivamente generosas despertam suspeita de motivos ocultos; aconselha cautela perante propostas que parecem boas demais para ser verdade.
Versão neutra
Quando uma oferta é demasiado generosa, desconfia-se de que tenha motivos ocultos.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer justificar prudência ou explicar que uma oferta muito vantajosa pode ocultar condições ou segundas intenções; é comum em conselhos práticos sobre contratos, promoções e ofertas inesperadas. - Este provérbio é cínico?
Pode ser interpretado como cínico, porque pressupõe que ofertas generosas têm motivos ocultos, mas serve sobretudo como aviso prático para verificar termos e intenções. - Há provérbios opostos?
Sim. Por exemplo, 'A cavalo dado não se olha o dente' aconselha aceitar presentes sem desconfiar — representa um contraponto cultural. - Aplicações fora do contexto financeiro?
Aplica-se a favores pessoais, ofertas de emprego, promoções e outras situações em que vantagens inesperadas podem ter condições ocultas.
Notas de uso
- Usa-se para justificar ou explicar desconfiança face a ofertas aparentemente vantajosas.
- Pode ter tom preventivo (aconselhar prudência) ou crítico (acusar de ingratidão ou desconfiança excessiva).
- Aplica-se tanto a situações financeiras como a favores, propostas de trabalho ou vantagens inesperadas.
- Contexto sociocultural: reflete experiência prática de que generosidade aparente pode ocultar condicionalismos ou interesses.
Exemplos
- Quando a empresa propôs um contrato com comissões muito acima do mercado, o candidato lembrou: «De esmola grande o pobre desconfia.»
- Recebeu uma chamada a oferecer um prémio que não tinha pedido e desconfiou logo — com razão, pois era uma tentativa de fraude.
- A vizinha desconfiou quando lhe pediram a chave de casa para 'regar as plantas' durante duas semanas; por vezes, ofertas fáceis escondem intenções.
Variações Sinónimos
- Quando a esmola é grande, o pobre desconfia.
- Ofertas demasiado generosas geram desconfiança.
- Não acredites em dádivas que parecem boas demais.
Relacionados
- A cavalo dado não se olha o dente. (contraponto)
- Não há almoços grátis. (equivalente conceptual moderno)
- Quem dá e desdiz não fica bem visto. (sobre intenções condicionadas)
Contrapontos
- A cavalo dado não se olha o dente. — aconselha aceitação do presente sem desconfiar.
- Nem todas as ofertas generosas têm segundas intenções; uma atitude excessivamente desconfiada pode impedir benefícios legítimos.
Equivalentes
- Inglês
Beware of Greeks bearing gifts. - Inglês (moderno)
There's no such thing as a free lunch. - Espanhol
De limosna grande, el pobre desconfía. - Francês
Quand l'aumône est grande, le pauvre se méfie.