Depois de rapar não há o que tosquiar.
Quando algo já foi totalmente feito ou consumado, não há mais trabalho ou recursos para aproveitar/ajustar.
Versão neutra
Depois de se remover tudo o que havia, já não há nada para cortar ou aperfeiçoar.
Faqs
- O que significa literalmente este provérbio?
Literalmente refere‑se a que, depois de rapar (remover totalmente o pelo), já não há nada para tosquiar (aparar); metaforicamente significa que já não há matéria ou oportunidade para trabalhar. - Em que contextos se costuma usar?
Usa‑se em situações em que se quer sublinhar a falta de recursos, oportunidade ou necessidade de intervenção — por exemplo em finanças, gestão de projectos ou decisões irrevogáveis. - É considerado rude usá‑lo?
Depende do tom e do contexto. Pode soar frio ou resignado se aplicado para encerrar uma discussão; usado com humor ou factualidade, costuma ser aceitável.
Notas de uso
- Usa‑se para indicar que já não há matéria, oportunidade ou necessidade de agir — frequentemente com um tom resoluto ou conformado.
- Pode ser aplicado tanto de forma literal (no trabalho com lã/ pêlos) como metafórica (decisões, esforços, recursos financeiros).
- Tom e intenção variam: pode ser dito de modo prático, humorístico ou para encerrar uma discussão sem possibilidade de retificação.
- Evita‑se em contextos em que ainda existe margem para correção ou melhoria; nesse caso, o provérbio pode ser mal interpretado como resignação indevida.
Exemplos
- Reparámos que a verba foi totalmente gasta: depois de rapar não há o que tosquiar, teremos de adiar o projecto.
- Quando despediu toda a equipa e não sobrou ninguém com experiência, disse: depois de rapar não há o que tosquiar — não podemos exigir mais resultados.
Variações Sinónimos
- Depois de tudo consumado, não há mais a fazer.
- Quando não sobra matéria, não há trabalho.
- Depois de limar tudo, já não há o que aparar.
Relacionados
- O que está feito, está feito.
- Não vale a pena chorar sobre o leite derramado.
- Águas passadas não movem moinhos.
Contrapontos
- Nem sempre o fim aparente de uma oportunidade significa ausência total de solução — às vezes ainda é possível recuperar ou corrigir.
- Em contextos onde se valoriza revisão e melhoria contínua, afirmar que 'não há o que tosquiar' pode bloquear ações úteis.
- A expressão pressupõe uma visão finalista; em processos iterativos, mesmo após cortes drásticos, há frequentemente trabalho de afinação.
Equivalentes
- Inglês
What's done is done. - Espanhol
Lo hecho, hecho está. - Francês
Ce qui est fait est fait.