Deus me livre dos bons, que dos outros me livrarei eu.

Deus me livre dos bons, que dos outros me livrarei ... Deus me livre dos bons, que dos outros me livrarei eu.

Expressa desconfiança face a pessoas que aparentam ser 'boas' — frequentemente hipócritas — e sugere que o falante saberá defender‑se dos óbvios malfeitores.

Versão neutra

Prefiro evitar pessoas que se dizem muito 'boas'; dos que claramente fazem mal consigo defender‑me sozinho.

Faqs

  • O que quer dizer concretamente este provérbio?
    Quer dizer que é mais perigosa a falsidade disfarçada de bondade do que a grosseria ou maldade evidente; o falante acredita que consegue lidar com quem é abertamente mau, mas teme os hipócritas.
  • É um provérbio ofensivo ou discriminatório?
    Não é necessariamente ofensivo, mas é cínico. Pode ser usado de forma provocatória e magoar quem se veja acusado de falsidade; convém usar com cuidado.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Em conversas informais para exprimir desprezo por hipocrisia ou desconfiança diante de virtudes ostensivas. Evite em contextos formais ou quando for necessário manter diálogo construtivo.

Notas de uso

  • Tom irónico ou cínico: costuma ser usado para criticar hipocrisia ou falsidade disfarçada de virtude.
  • Não deve ser interpretado literalmente como apelo à hostilidade; é um aviso sobre cuidados sociais e discrição.
  • Em contexto religioso pode ser entendido como desconfiança face a uma moralidade exibida em vez de praticada.
  • Uso comum em Portugal em registos coloquiais; pode soar mordaz ou sarcástico se dito diretamente a alguém.

Exemplos

  • Quando ouvi a conversa paternalista dele sobre trabalho e sacrifício, pensei: 'Deus me livre dos bons, que dos outros me livrarei eu' — preferia lidar com pessoas mais francas.
  • Depois das falsas promessas da associação, ela comentou com os colegas: 'Deus me livre dos bons, que dos outros me livrarei eu', mostrando a sua desconfiança pela aparência de virtude.

Variações Sinónimos

  • Deus me livre dos bons.
  • Que me livre dos bons, que dos maus me livro eu.
  • Antes os maus claros que os bons dissimulados.

Relacionados

  • Lobo em pele de cordeiro
  • Nem tudo o que reluz é ouro
  • Cuidado com as aparências

Contrapontos

  • Promover a desconfiança generalizada pode isolar e impedir relações de confiança frutuosas.
  • Nem toda demonstração de bondade é hipócrita; é importante avaliar actos, não só palavras.
  • A prudência social nem sempre deve transformar‑se em cinismo; há risco de perder apoios genuínos.

Equivalentes

  • espanhol
    Dios me libre de los buenos; de los malos me libro yo.
  • inglês
    God save me from the good; from the others I'll save myself.
  • francês
    Que Dieu me garde des bons; des autres je me garderai moi‑même.