Devagar com o andor, que o santo é de barro.
Advertência para agir com cautela porque a coisa ou pessoa em causa é frágil, incerta ou não merece confiança plena; evitar precipitação e euforia prematura.
Versão neutra
Vai com calma; aquilo é frágil e pede cuidado.
Faqs
- O que significa exatamente este provérbio?
Significa que se deve proceder com cuidado porque a pessoa, objecto ou situação em causa é frágil, incerta ou não está totalmente segura; avisa contra a precipitação. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer pedir prudência antes de agir, celebrar ou investir, especialmente se há risco de perda, erro ou dano por excesso de confiança ou pressa. - É ofensivo usar esta expressão sobre alguém?
Depende do contexto: pode soar cauteloso ou crítico. Usada de forma directa sobre uma pessoa pode ser interpretada como desconfiança ou desprezo, por isso convém usá-la com cuidado. - Tem origem religiosa literal?
Sim: alude às procissões onde o andor transporta a imagem do santo, muitas vezes feita de barro, pelo que se exige passo lento para evitar danos. A expressão evoluiu para uso geral.
Notas de uso
- Usa-se para pedir prudência antes de celebrar, investir recursos ou acelerar decisões.
- Pode aplicar-se a objectos fisicamente frágeis, a projectos por desenvolver ou a pessoas cuja estabilidade é duvidosa.
- Tem tom preventivo, não necessariamente moralizador; pode ser irónico quando se critica excesso de confiança.
- Contexto cultural: refere-se à imagem do santo, tradicionalmente feita de barro, que exige movimentos lentos durante as procissões.
Exemplos
- Antes de anunciar o acordo público, devagar com o andor — faltam ainda assinaturas e validações legais.
- Ao carregar aquelas antiguidades para o camião, feitas de cerâmica antiga, devagar com o andor, que o santo é de barro.
- Ele já começa a vangloriar-se do novo contrato, mas aconselhei-o: devagar com o andor, que ainda há muitas formalidades.
Variações Sinónimos
- Não cantes vitória antes da hora
- Vai com calma
- Não vás depressa que vais a medo
- Mais vale prevenir do que remediar
- Não dês passos maiores que as pernas
Relacionados
- Procissões religiosas
- Fragilidade de objectos ou projectos
- Cautela nas decisões
- Sabedoria popular portuguesa
Contrapontos
- Em situações de emergência, agir rapidamente pode ser mais apropriado do que cautela prolongada.
- Excesso de prudência pode impedir aproveitamento de oportunidades (análise custo‑benefício).
- Algumas circunstâncias exigem confiança e impulso para avançar, mesmo com riscos.
Equivalentes
- Inglês
Don't count your chickens before they hatch / Handle with care - Francês
Ne vends pas la peau de l'ours avant de l'avoir tué (não celebres cedo) / Manipulez avec précaution - Espanhol
No vendas la piel del oso antes de cazarlo / Ve despacio, que es de barro (variação coloquial)