Mais vale o mau conhecido que o bom por conhecer.
É preferível lidar com uma situação ou pessoa problemática que já conhecemos do que arriscar algo desconhecido que pode ser pior.
Versão neutra
É preferível aquilo que conhecemos, ainda que imperfeito, do que uma alternativa potencialmente melhor mas incerta.
Faqs
- Significa que nunca devemos mudar?
Não. O provérbio sublinha cautela diante da incerteza, mas decisões racionais devem pesar probabilidade, custo de mudança e benefícios esperados. Mudar pode ser preferível quando a alternativa desconhecida tem bom potencial e risco gerível. - Quando é sensato seguir este conselho?
Quando a alternativa implica risco elevado, consequências irreversíveis ou falta de informação para avaliar correctamente — por exemplo, ao escolher um tratamento médico experimental sem dados suficientes. - Quais os perigos de aplicar sempre este provérbio?
Pode levar a conservadorismo excessivo, estagnação e perda de oportunidades. Também pode justificar a manutenção de situações injustas ou ineficientes simplesmente porque são familiares. - Como ponderar a decisão entre conhecido e desconhecido?
Compare custos e benefícios esperados, possibilidade de testar a alternativa em pequena escala, reversibilidade da decisão e o grau de incerteza. Ferramentas como análise de risco ou provas piloto ajudam a decidir.
Notas de uso
- Expressa preferência pela segurança e pela previsibilidade em situações de incerteza.
- Usado em contextos pessoais (relações), profissionais (emprego, parcerias) e políticos (manter governantes ou políticas conhecidas).
- Pode reflectir aversão ao risco e o chamado status quo bias — nem sempre é racional; convém avaliar custos e benefícios concretos antes de decidir.
- Aplicável quando a alternativa desconhecida implica risco elevado ou consequências irreversíveis; menos aplicável quando a alternativa tem forte probabilidade de melhoria ou baixo custo de teste.
Exemplos
- Depois de anos no mesmo emprego com condições difíceis, o João recusou uma proposta arriscada: «Mais vale o mau conhecido que o bom por conhecer», disse, preferindo a estabilidade.
- Num contexto político, muitos eleitores votam em quem já conhecem mesmo desconfiando das suas políticas, porque preferem não arriscar mudanças imprevisíveis.
- Ao escolher fornecedor, a empresa manteve o parceiro atual apesar dos problemas, optando por evitar incertezas legais e de qualidade com um novo fornecedor.
Variações Sinónimos
- Mais vale o conhecido do que o desconhecido
- Mais vale o diabo que se conhece do que o diabo que se desconhece
- Antes conhecido e mau do que desconhecido e pior
Relacionados
- Quem não arrisca não petisca (contraponto sobre tomar riscos)
- Antes escolher o certo do que o duvidoso (variação cautelosa)
- Nem tudo o que reluz é ouro (advertência sobre ilusão de melhoria)
Contrapontos
- Quem não arrisca não petisca — encoraja tomar riscos calculados para ganhar oportunidades.
- Quem espera sempre pelo pior nunca avança — ressalva contra paralisia pela incerteza.
- Mais vale tentar e falhar do que não tentar — enfatiza o valor da experimentação.
Equivalentes
- Inglês
Better the devil you know than the devil you don't. - Espanhol
Más vale malo conocido que bueno por conocer. - Francês
Mieux vaut le diable qu'on connaît que celui qu'on ne connaît pas. - Italiano
Meglio il diavolo che conosci che quello che non conosci. - Alemão
Besser der Teufel, den man kennt, als der Teufel, den man nicht kennt.