Mau rei, bom rei, a toda lei viva el‑rei

Mau rei, bom rei, a toda lei viva el-rei.
 ... Mau rei, bom rei, a toda lei viva el-rei.

Prefere‑se a continuidade da autoridade (mesmo se má) à ausência de poder, porque a ordem e a lei dependem da existência do soberano.

Versão neutra

Mesmo um mau rei mantém a lei enquanto o seu poder durar.

Faqs

  • Significa que se deve aceitar um tirano?
    Não necessariamente. O provérbio sublinha a prioridade da ordem e da continuidade institucional sobre o vácuo de poder, mas não é uma recomendação ética para tolerar abusos; pode ser usado ironicamente.
  • É um provérbio usado atualmente?
    Raramente na linguagem corrente. Aparece em contextos históricos, literários ou em comentários políticos com tom crítico ou irónico.
  • A expressão «el‑rei» tem significado especial?
    «El‑rei» é uma forma arcaica de dizer «o rei», comum em textos antigos em português e galego‑português; indica a antiguidade da expressão.

Notas de uso

  • Expressão arcaica; hoje é usada sobretudo em contexto histórico, literário ou irónico.
  • Geralmente justifica a manutenção da autoridade para garantir ordem, mesmo que o governante seja fraco ou injusto.
  • Pode ser empregue criticamente para apontar conformismo ou aceitação de má governação.
  • Não é uma defesa literal de tirania: o provérbio realça o valor da estabilidade institucional em detrimento do vácuo de poder.

Exemplos

  • Durante a crise, o comerciante repetia: «mau rei, bom rei, a toda lei viva el‑rei», para justificar que preferia a ordem estabelecida à incerteza de uma revolta.
  • Num debate sobre mudança de regime, o historiador usou o provérbio ironicamente para criticar quem aceita um governante incompetente em nome da estabilidade.

Variações Sinónimos

  • Mau rei, bom rei — enquanto o rei viver, a lei vive.
  • Enquanto houver rei, haverá lei.
  • Antes rei mau que sem rei.

Relacionados

  • Mais vale um mau acordo que uma boa demanda (prefere‑se estabilidade convém ao conflito prolongado).
  • Mais vale o conhecido do que o desconhecido (sentido prático de preferir o familiar).

Contrapontos

  • Melhor nenhum rei do que um tirano (valorização da liberdade sobre a estabilidade imposta).
  • A lei deve subsistir para além da pessoa do governante (ideia de impessoalidade jurídica).

Equivalentes

  • Inglês
    Better a bad king than no king.
  • Espanhol
    Mejor malo conocido que bueno por conocer (aproximado).
  • Francês
    Mieux vaut un mauvais roi qu'aucun roi (tradução literal/análoga).