Não há trigo sem joio
Expressa a ideia de que, em qualquer situação positiva, tendem a existir também elementos negativos ou defeitos; imperfeições são inevitáveis.
Versão neutra
Não existe trigo sem joio
Faqs
- O provérbio tem origem bíblica?
Há uma referência próxima na parábola do joio e do trigo (Novo Testamento), mas a expressão popular como tal surge do uso agrário e folclórico para exprimir a ideia de que elementos indesejáveis acompanham o desejado. - Quando devo evitar usar este provérbio?
Evite-o quando possa justificar inércia perante problemas evitáveis ou quando precise enfatizar responsabilidade e possibilidade de melhoria; pode soar fatalista. - Qual a diferença entre este provérbio e 'Não há rosas sem espinhos'?
Ambos transmitem a coexistência de aspeto positivo e negativo. O primeiro usa imagem agrária (produtividade vs. ervas daninhas); o segundo é mais geral e foca a presença de inconvenientes mesmo em coisas belas.
Notas de uso
- Usa-se para comentar que benefícios ou situações favoráveis costumam vir acompanhados de problemas ou falhas.
- Registo: coloquial/institucional — adequado em conversas, comentários críticos e textos reflexivos; pode soar fatalista se usado sem cautela.
- Não é uma justificação para inacção: pode servir tanto como advertência para vigilância como para aceitar limites práticos.
- Origem provável agrária/folclórica; evocação bíblica possível (parábola do joio e do trigo) mas a forma como se usa hoje é popular e generalizada.
Exemplos
- A nova lei trouxe vantagens para as empresas, mas também gerou burocracia adicional — não há trigo sem joio.
- Na equipa, conseguimos reduzir custos, mas a pressão sobre os trabalhadores aumentou; como se costuma dizer, não há trigo sem joio.
- Ao avaliar uma tecnologia inovadora, lembre-se que raramente é perfeita: há sempre efeitos secundários, não há trigo sem joio.
- Quando um investimento rende muito, costuma haver riscos elevadas associados — não há trigo sem joio.
Variações Sinónimos
- Não há trigo sem ervas daninhas
- Não existe trigo sem joio
- Não há bem que não traga o seu mal (variação mais generalista)
Relacionados
- Não há rosas sem espinhos
- Onde há fumo, há fogo
- Nem tudo são flores
Contrapontos
- É possível reduzir ou eliminar o 'joio' com intervenção adequada (ex.: políticas, fiscalização, tecnologias agrícolas).
- Usar o provérbio como desculpa para não agir (aceitar problemas sem os tentar resolver) é um mau uso.
- Existem contextos em que o objetivo é precisamente minimizar os defeitos ao máximo, contrariando a ideia de inevitabilidade.
Equivalentes
- Inglês
There is no wheat without tares / Every rose has its thorn (sentido próximo) - Espanhol
No hay trigo sin cizaña - Francês
Il n'y a pas de blé sans ivraie - Alemão
Kein Korn ohne Unkraut