Não se deve despir um santo para vestir outro.
Provérbios Portugueses
Não se deve retirar recursos, privilégios ou apoios a alguém para os dar a outra pessoa; não resolver um problema criando outro.
Versão neutra
Não se deve tirar a alguém para dar a outro.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer criticar uma solução que simplesmente transfere um problema ou benefício de uma pessoa para outra, sem criar vantagem real ou justa para o conjunto. - Significa que nunca se deve redistribuir recursos?
Não. O provérbio sublinha a crítica a redistribuições que não aumentam o bem-estar global; redistribuições justificadas por emergência, justiça ou acordo podem ser aceitáveis. - Há alternativas mais modernas a este provérbio?
Sim. Expressões como 'não resolver o problema, apenas transferi-lo' ou 'não criar valor real ao deslocar recursos' transmitem a mesma ideia de forma directa.
Notas de uso
- Usado para criticar decisões que transferem bens ou benefícios sem criar valor adicional.
- Aplicável em contextos de gestão de recursos públicos, orçamentos familiares, promoções profissionais ou solidariedade mal dirigida.
- Expressa uma objeção ética ou prática: prefere-se procurar soluções que não prejudiquem terceiros.
Exemplos
- No orçamento da autarquia, reduzir fundos às escolas rurais para aumentar os apoios às urbanas foi acusado de 'despir um santo para vestir outro'.
- Promover um funcionário à custa de demover outro mais competente pode ser visto como despir um santo para vestir outro — a equipa perde no conjunto.
- Quando a associação redistribuiu as doações sem aumentar o total, muitos disseram que se estava a despir um santo para vestir outro.
Variações Sinónimos
- Não se deve desvestir um santo para vestir outro
- Não se tira a alguém para dar a outro
- Não se desfaz um para fazer outro
Relacionados
- Roubar a Pedro para pagar a Paulo (não resolver o problema, apenas transferir)
- Não se troca de cavalo a meio do rio (evitar mudanças arriscadas)
- Cada coisa no seu lugar (preservar funções e benefícios)
Contrapontos
- Em situações de emergência pode ser necessário realocar recursos para salvar vidas, mesmo que implique prejuízo temporário a outros.
- Se a redistribuição corrige injustiças anteriores ou promove maior bem-estar colectivo, pode ser justificável mesmo que retire vantagens a alguns.
- Quando existe consentimento explícito dos afetados (por exemplo, acordo laboral), transferir benefícios deixa de ser moralmente equivalente a 'despir um santo para vestir outro'.
Equivalentes
- Inglês
Don't rob Peter to pay Paul (literal equivalent: don't take from one to give to another) - Espanhol
No se debe desvestir a un santo para vestir a otro / Robar a Pedro para pagar a Pablo - Francês
On ne dépouille pas un saint pour en habiller un autre (equivalente aproximado)