O corcunda não vê a sua giba, mas sim a do próximo.
Critica a tendência de não reconhecer os próprios defeitos enquanto se salientam os defeitos alheios; refere‑se à hipocrisia e à falta de autocrítica.
Versão neutra
Quem tem defeitos não os reconhece, mas aponta e critica os defeitos dos outros.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que alguém deixa de reconhecer as suas próprias faltas e se preocupa sobretudo em apontar as faltas dos outros; traduz hipocrisia e falta de autocrítica. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer criticar uma atitude de hipocrisia ou de julgamento seletivo; não é adequado para corrigir de forma pedagógica ou quando se pretende manter um tom diplomático. - O provérbio pode ser ofensivo?
Sim, pode ser percebido como ofensivo ou humilhante se dirigido diretamente a alguém. Use‑o com cuidado e preferivelmente em comentários gerais ou analíticos. - Há origens conhecidas para esta expressão?
Não há uma origem documentada precisa para esta formulação; trata‑se de uma variação popular de provérbios que denunciam a hipocrisia, presente em várias línguas e culturas.
Notas de uso
- Usa‑se para apontar hipocrisia ou falta de autocrítica numa pessoa ou grupo.
- Registo: maioritariamente informal; pode ser percetido como censurador ou mordaz.
- Tom: crítico; convém evitar quando se pretende um comentário construtivo, para não humilhar o interlocutor.
- Em contexto pedagógico ou de gestão, prefira fórmulas que promovam autoconhecimento em vez de acusação direta.
Exemplos
- O diretor culpa a equipa pelos atrasos, mas esquece os seus próprios erros na organização — o corcunda não vê a sua giba, mas sim a do próximo.
- Ao comentar o comportamento do vizinho, ela não admite as falhas que tem em casa; um claro caso de 'o corcunda não vê a sua giba'.
- Quando um político condena a corrupção alheia sem prestar contas das suas próprias omissões, pensa‑se imediatamente neste provérbio.
Variações Sinónimos
- Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao do vizinho.
- O sujo fala do lavadouro alheio.
- Quem não tem espelho vê o do outro.
Relacionados
- Hipocrisia
- Falta de autocrítica
- Projecção psicológica
- Provérbios sobre juízo e reprovação
Contrapontos
- Nem toda a crítica dirigida a outrem é hipócrita; pode ser legítima quando fundamentada e acompanhada de autorreflexão.
- Existem situações em que apontar erros alheios é necessário (ex.: segurança, cumprimento de regras) mesmo que se tenham falhas próprias — então o provérbio não descreve adequadamente o caso.
- Abordagens construtivas (feedback objetivo) substituem a censura implícita do provérbio.
Equivalentes
- inglês
The hunchback does not see his own hump but notices his neighbour's. - espanhol
El jorobado no ve su propia joroba, sino la del vecino. - francês
Le bossu ne voit pas sa propre bosse, mais celle du voisin.