O mal dos outros é consolo de parvos

O mal dos outros é consolo de parvos.
 ... O mal dos outros é consolo de parvos.

Conforme o provérbio, alegrar‑se ou confortar‑se com a desgraça alheia é atitude própria de pessoas sem juízo ou sensibilidade moral.

Versão neutra

A desgraça alheia não deve servir de consolo.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    É apropriado quando se quer censurar, de forma directa, atitudes de gozo ou satisfação diante do infortúnio de outrem. Em contextos formais, prefira uma formulação mais neutra.
  • É ofensivo chamar alguém de 'parvo' com este provérbio?
    Sim — o termo 'parvo' tem carga pejorativa. Usar o provérbio pode ser interpretado como insulto; use‑o com cuidado, sobretudo em ambientes profissionais.
  • Qual é a diferença entre este provérbio e 'misery loves company'?
    'Misery loves company' descreve a tendência de pessoas infelizes procurarem companhia que partilhe a sua infelicidade. O provérbio português condena o prazer pela desgraça alheia (schadenfreude), que é distinto.
  • Tem fundamento psicológico estar aliviado com o problema de outra pessoa?
    Psicologicamente, a comparação social pode provocar alívio ao ver alguém em pior situação; isso não isenta a crítica ética do provérbio, que aponta para a impropriedade moral de regozijar‑se com o sofrimento alheio.

Notas de uso

  • Usa‑se para censurar quem se regozija com os problemas de outra(s) pessoa(s).
  • Tom advertido: pode soar a crítica moral ou a repreensão; frequentemente usado em contexto coloquial e familiar.
  • Evitar em contextos formais ou em escrita pública quando se pretende um tom neutro; optar por fórmulas menos categóricas.
  • Transporta juízo de valor — não descreve apenas um facto psicológico, mas condena o comportamento.

Exemplos

  • Quando a equipa rival perdeu, alguns adeptos riram — o treinador comentou: «O mal dos outros é consolo de parvos.»
  • Não faças piadas com o despedimento do colega; alegrar‑se com a desgraça alheia é coisa de parvos.

Variações Sinónimos

  • A desgraça alheia é consolo de parvos
  • Alegrar‑se com a desgraça alheia é de parvos
  • Quem se consola com o mal dos outros é parvo
  • O infortúnio alheio não é motivo de alegria

Relacionados

  • Não te alegres quando o teu inimigo cair (Provérbios 24:17 — advertência moral no mesmo sentido)
  • Não faças aos outros o que não queres que te façam (princípio ético relacionado)
  • Schadenfreude (termo alemão que descreve o prazer pela desgraça alheia — conceito psicológico relacionado)

Contrapontos

  • Do ponto de vista da psicologia social, sentir algum alívio diante da desvantagem alheia pode ser um mecanismo de comparação social, não necessariamente maldade deliberada.
  • Em contextos de justiça ou responsabilização, a reação perante a punição de alguém que causou dano pode ser percebida como 'consolo', mas é distinta da celebração da miséria gratuita.
  • Em situações de conflito prolongado, partilhar sentimentos negativos com pessoas que passaram pela mesma experiência pode aliviar o sofrimento, sem ser equivalente a alegrar‑se com a desgraça dos outros.

Equivalentes

  • inglês
    Other people's misfortune is the consolation of fools (literal). Related concept: schadenfreude — taking pleasure in others' misfortune.
  • alemão
    Fremdes Unglück ist Trost der Dummen (tradução literal).
  • espanhol
    La desgracia ajena es consuelo de tontos.
  • francês
    Le malheur d'autrui est le réconfort des sots.