O meu é que me dá de comer

O meu é que me dá de comer.
 ... O meu é que me dá de comer.

Afirmação de que algo de que se é dono ou responsável é a fonte do próprio sustento, usada para justificar ou proteger o uso dessa coisa.

Versão neutra

Isto é meu e é com isso que me sustento.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se quer justificar o uso ou a posse de algo porque constitui a fonte de rendimento ou sustento do falante; adequa-se a contextos informais e discussões sobre propriedade e trabalho.
  • O provérbio tem tom positivo ou negativo?
    Depende do contexto: pode ser neutro/afirmativo (constatar uma realidade) ou defensivo e até acusatório, se usado para repelir críticas.
  • É educado dizer isto numa discussão formal?
    Em ambientes formais é preferível uma explicação mais neutra e detalhada do que recorrer ao provérbio, que é coloquial e pode soar abrupto.
  • O provérbio justifica sempre o comportamento do falante?
    Não necessariamente; apesar de explicar a motivação económica, não exonera responsabilidades legais, éticas ou acordos comunitários.

Notas de uso

  • Tom frequentemente defensivo ou justificativo — o falante invoca o seu direito por ser essa a sua fonte de rendimento.
  • Usado em contextos materiais (ferramentas, terra, animais, negócio) e metafóricos (profissão, talento).
  • Registo informal; pode soar resistente a críticas sobre ética ou partilha.
  • Pode ser usado de modo literal (algo efectivamente paga as despesas) ou irónico/metafórico.

Exemplos

  • Quando vizinhos questionaram por que ele vendia peixe apesar de ser raro, ele respondeu: «O meu é que me dá de comer» — o barco e a pesca são o seu ganha-pão.
  • A dona da quinta recorreu ao provérbio ao explicar por que mantinha uma vinha em terreno disputado: «O meu é que me dá de comer», referindo-se ao rendimento que a vinha lhe garante.

Variações Sinónimos

  • É o meu que me dá de comer.
  • O que tenho é o que me sustenta.
  • É com isto que eu ganho a vida.

Relacionados

  • É com o que se ganha que se gasta.
  • Quem não trabalha não come (assunto de sustento)
  • Não se morde a mão que nos dá de comer (relações de dependência)

Contrapontos

  • Usar como justificação não resolve questões éticas sobre uso de bens comuns ou exploração.
  • Quando o sustento vem de recursos partilhados, o argumento individual pode ser inválido.
  • Em contexto laboral, a desculpa de «é o meu que me dá de comer» não isenta de cumprir regras ou responsabilidades legais.

Equivalentes

  • inglês
    It pays my bills / It's what puts food on my table.
  • espanhol
    Lo mío es lo que me da de comer.
  • francês
    C'est ce qui me nourrit.
  • alemão
    Das ist mein's und damit verdiene ich meinen Lebensunterhalt.
  • italiano
    È mio e con quello mi guadagno da vivere.