O que é vício no pobre, chama-se capricho no rico

Denuncia a dupla moral e a desigualdade social: comportamentos iguais são julgados de forma diferente conforme a condição económica.

Versão neutra

O que para alguns é considerado vício, para outros é visto como capricho ou luxo.

Qual é a origem deste provérbio?
A origem exacta é incerta; trata-se de uma observação social antiga reproduzida em diferentes variantes na língua portuguesa e noutras línguas.
Quando devo usar este provérbio?
Use-o para criticar ou apontar injustiças e duplas normas sociais, preferencialmente em comentários analíticos ou conversas que discutam desigualdade.
É ofensivo dizer isto sobre alguém?
Pode ser interpretado como uma acusação de hipocrisia. Melhor usá-lo para descrever padrões sociais gerais do que para atacar indivíduos sem contexto.

Usado para criticar hipocrisia social, favoritismo e discriminação económica.
Registo crítico e coloquial; aparece em comentários sociais, jornalísticos e conversas informais.
Pode ser usado ironicamente para sublinhar privilégios de classes altas.
Evitar aplicar directamente a pessoas sem contexto, pois pode ser interpretado como acusação.

Na cobertura mediática, o deslize do político pobre foi tratado como escândalo, enquanto o do rico foi apelidado de capricho — o que é vício no pobre, chama-se capricho no rico.
Quando se fala de gastos pessoais, a mesma extravagância é tolerada se vem de um milionário; para alguém com baixos rendimentos é vista como irresponsabilidade.
A frase foi usada no artigo para ilustrar como a Justiça e a opinião pública aplicam critérios diferentes consoante a posição social dos envolvidos.

Nem sempre se trata apenas de hipocrisia: diferenças de rendimento podem permitir opções menos prejudiciais (ex.: acesso a cuidados de saúde).
Algumas distinções legais existem por motivos práticos (capacidade de pagar uma multa vs pena de prisão).
Generalizar pode ocultar nuances: nem todo rico é desculpado, nem todo pobre é condenado automaticamente.