Pobre só enche a barriga quando se afoga.
Sugere que as pessoas pobres são geralmente ignoradas e só recebem atenção ou ajuda em situações extremas, muitas vezes tarde demais.
Versão neutra
Os pobres costumam só receber atenção ou ajuda quando ocorre uma situação grave ou irreversível.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa-se para criticar situações em que a ajuda ou atenção só aparecem depois de uma tragédia ou quando já é tarde para beneficiar quem mais precisava. - É um provérbio ofensivo?
Pode ser considerado insensível porque associa a atenção aos pobres a eventos extremos e à morte. É aconselhável ter cuidado com o tom e o interlocutor. - Tem origem documentada?
Não há origem documentada; é um provérbio de transmissão oral com circulação em áreas de língua portuguesa. - Há alternativas mais neutras para expressar a mesma ideia?
Sim. Frases como "a ajuda costuma chegar tarde" ou "a sociedade reage apenas após a tragédia" transmitem a ideia sem o tom fatalista do provérbio.
Notas de uso
- Usado para criticar indiferença social ou institucional perante a pobreza.
- Emprega-se frequentemente em registo coloquial e com tom irónico ou resignado.
- Pode ser considerado insensível por associar ajuda apenas a tragédias ou à morte; evite em contextos formais ou junto de pessoas em situação de vulnerabilidade.
- Reflete uma observação social e não uma regra moral; serve como denúncia de falhas coletivas no auxílio aos mais pobres.
Exemplos
- Quando a ocupação foi despejada, só então é que surgiram doações — parece mesmo que "pobre só enche a barriga quando se afoga".
- A assistência só apareceu depois do incêndio; muitos comentaram: pobre só enche a barriga quando se afoga.
- Discutimos na reunião que não se deve esperar por tragédias para agir: não é aceitável que 'pobre só enche a barriga quando se afoga'.
Variações Sinónimos
- Só se lembra do pobre quando é para o enterrar.
- Só ajudam o pobre quando já não pode agradecer.
Relacionados
- Quando a esmola é muita o pobre desconfia. (sobre relações de poder e caridade)
- Não há pior cego do que quem não quer ver. (sobre indiferença deliberada)
Contrapontos
- Existem políticas sociais e organizações que atuam preventivamente, contrariando a ideia de assistência só em catástrofe.
- Generalizar pode culpabilizar as vítimas e ignorar esforços solidários locais.
- A fórmula serve mais como crítica social do que como descrição universal dos comportamentos humanos.
Equivalentes
- espanhol
Sólo se acuerdan del pobre para enterrarlo. - inglês (aprox.)
People only remember the poor to bury them. - francês
On ne se rappelle du pauvre que pour l'enterrer.