Quem nao faz filhós, sábado filhoeiro, fazem-lhe os ratos grande palheiro
Se não te precaveres ou não fizeres o trabalho necessário, quando chegar a altura certa outros (ou problemas) aproveitar‑se‑ão e sofrerás a perda.
Versão neutra
Quem não se prepara, quando chega o momento verá outros aproveitar‑se ou sofrerá perdas.
Faqs
- O que são filhós?
Filhós são doces tradicionais portugueses (bolinhos fritos), normalmente preparados em festas ou épocas específicas; aqui simbolizam provisões ou preparativos. - Quando se usa este provérbio?
Usa‑se para censurar quem não toma as diligências necessárias (no trabalho, em casa ou nos negócios) e depois sofre as consequências ou vê outros aproveitar‑se. - Este provérbio tem origem conhecida?
Não há uma origem documentada precisa; pertence à sabedoria popular rural e remete à prática tradicional de preparar alimentos e bens para ocasiões futuras. - É ofensivo usar este provérbio com alguém?
Depende do contexto: pode soar a recriminação ou crítica. Em ambiente informal é aceite, mas em contexto profissional convém optar por linguagem mais neutra.
Notas de uso
- Filhós são doces fritos tradicionais portugueses, feitos habitualmente em ocasiões festivas — a referência é a não preparar o necessário para essas ocasiões.
- Provérbio rural e doméstico, usado para censurar negligência na preparação, no trabalho ou na gestão de recursos.
- Emprega‑se tanto literalmente (não preparar mantimentos) como figuradamente (não planear, não trabalhar, não cumprir responsabilidades).
- Pode ser dirigido a pessoas ou grupos que deixam tarefas por fazer e depois se queixam das consequências.
Exemplos
- O João deixou a fossa por consertar e agora que choveu e transbordou só tem de aceitar — quem não faz filhós não pode queixar‑se dos ratos.
- No comércio, não actualizar o site nem as listas de preços é perder clientes: quem não se prepara, depois vê a concorrência levar o palheiro.
Variações Sinónimos
- Quem não semeia, não colhe.
- Quem não trabalha não come.
- Quem não se prepara, não tem.
Relacionados
- Quem semeia vento, colhe tempestade (sobre decisões e consequências).
- Mais vale prevenir do que remediar (sobre preparação).
- Quem tudo espera de graça, pouco consegue (sobre esforço e recompensa).
Contrapontos
- A sorte favorece os ousados (valoriza a iniciativa mais do que a preparação).
- Quem espera, alcança (defende paciência e espera em vez de preparação imediata).
- Há quem diga que nem sempre o trabalho garante sucesso — 'a sorte também conta'.
Equivalentes
- inglês
You reap what you sow / If you don't work, you don't eat. - espanhol
Quien no siembra no cosecha. - francês
Qui ne travaille pas ne mange pas. - italiano
Chi non semina, non raccoglie.