Quem nos dá um osso, não nos deseja morto.
Um gesto de generosidade, mesmo modesto, indica que quem o faz não nos quer prejudicar; implica recusar supor má-fé quando há prova de boa vontade.
Versão neutra
Quem nos oferece algo, ainda que pouco, não tem intenção de nos matar; um ato de dádiva indica alguma boa vontade.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que um acto de generosidade, mesmo modesto, revela que quem o faz não pretende o nosso mal; aconselha a não supor má-fé quando existe uma prova de boa vontade. - Quando é adequado usar este provérbio?
Quando se quer justificar aceitação de um pequeno favor, acalmar suspeitas infundadas ou lembrar que nem todas as ações são hostis. Deve evitar‑se quando há sinais claros de manipulação. - Tem origem histórica comprovada?
Não há registo documental preciso; pertence à sabedoria popular transmitida oralmente, com provável origem em ambientes rurais onde se dava aos animais restos como sinal de benevolência.
Notas de uso
- Forma-se em registo coloquial e proverbial; mais frequente em contextos informais e conversas familiares.
- Usa-se para aconselhar gratidão ou para relativizar suspeitas quando alguém faz uma pequena gentileza.
- Não deve ser usado para justificar aceitação incondicional de ofertas que tenham custos morais ou práticos elevados.
- Pode ser empregado de modo irónico, para criticar favores que pouco valem perante intenções ocultas.
Exemplos
- Quando o patrão deixou-nos um bónus inesperado, João disse: 'Quem nos dá um osso, não nos deseja morto' para justificar aceitar o gesto em vez de desconfiar.
- Ela recusou suspeitas sobre a vizinha porque sempre a ajudara com pequenas ofertas; 'quem nos dá um osso, não nos deseja morto', explicou.
- Em reunião, sugeriram não criticar o pequeno benefício recebido: 'não vamos desconfiar — quem nos dá um osso, não nos deseja morto'.
Variações Sinónimos
- Não morder a mão que nos dá de comer
- A quem te dá, não lhe perguntes a intenção
- A cavalo dado não se lhe olha o dente
- Não cuspas no prato que te serve
Relacionados
- A cavalo dado não se lhe olha o dente
- Não morder a mão que nos alimenta
- Quem dá não tem memória, quem recebe não tem juízo
Contrapontos
- Um pequeno favor pode ocultar interesses: nem toda dádiva é desinteressada.
- Aceitar algo só porque foi dado pode criar dependência ou obrigação indesejada.
- Nem sempre a bondade de gestos se traduz em proteção contra decisões que nos possam prejudicar.
Equivalentes
- inglês
Don't bite the hand that feeds you / Don't look a gift horse in the mouth (parcialmente equivalente) - espanhol
A caballo regalado no le mires el diente (parcialmente equivalente) - francês
On ne mord pas la main qui vous nourrit (equivalente de sentido)