Quem seu inimigo assenta em seu lugar, dele se quer tirar.
Advertência contra dar ao inimigo uma posição de poder: quem o instala nesse lugar arrisca ser depois removido por ele.
Versão neutra
Quem coloca o inimigo no seu lugar arrisca ser por ele afastado.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer advertir alguém sobre os riscos de confiar autoridade ou responsabilidades a alguém que é hostil ou tem interesses contrários. - O que significa a palavra 'assenta' neste provérbio?
'Assenta' significa colocar, instalar ou dar um lugar/posição a outra pessoa — no caso, ao inimigo. - Será sempre errado dar poder a um inimigo?
Não necessariamente. Pode ser uma estratégia para fiscalizar, integrar ou neutralizar o adversário; o provérbio sublinha sobretudo o risco inerente. - Como adaptar este provérbio em linguagem moderna?
Versões modernas: 'Quem coloca o inimigo no seu lugar arrisca perder o lugar' ou expressões equivalentes como 'não ponhas o lobo a guardar as ovelhas'.
Notas de uso
- Usa‑se para aconselhar cautela quando se confere autoridade ou responsabilidades a alguém que nos é hostil.
- Aplicável em contextos políticos, profissionais e pessoais — sempre que se delega poder a possíveis adversários.
- Registo: arcaico/formal; a construção sintática é típica de provérbios antigos em português.
- Pode ser citada literal ou adaptada para linguagem corrente.
Exemplos
- O conselho lembrou o provérbio quando o diretor propôs colocar o seu rival à frente do projeto; alertaram para o risco de o tirar do cargo.
- Na política externa, mudar um ministro por pressão do adversário pode seguir o princípio: quem assenta o inimigo em seu lugar, dele se quer tirar — e depois perder-se‑á influência.
Variações Sinónimos
- Quem coloca o inimigo no seu lugar, arrisca perder esse lugar.
- Não ponhas o inimigo a governar o que é teu.
- Dar poder ao adversário é convidar‑o a substitui‑lo.
Relacionados
- Não ponhas o lobo a guardar as ovelhas.
- Não metas o diabo no teu quintal (variações sobre convidar perigo).
- Quem dá de comer ao inimigo, ajuda‑o (sobre alimentar adversários).
Contrapontos
- Colocar um adversário perto pode permitir monitorizá‑lo e limitar os seus actos, reduzindo riscos.
- Convidar um inimigo para partilhar responsabilidades pode promover reconciliação e transformar‑o num aliado.
- Em contextos democráticos, incluir oposição em cargos pode ser estratégia de equilíbrio e transparência, não necessariamente auto‑sabotagem.
Equivalentes
- Inglês
Don't set the fox to guard the henhouse. - Espanhol
No pongas al zorro a cuidar del gallinero. - Francês
Ne mets pas le renard à garder le poulailler. - Italiano
Non mettere la volpe a guardia del pollaio. - Alemão
Setze keinen Fuchs zum Hüter des Hühnerstalls ein.