Quem tem quinta, tem finta.
Quem dispõe de bens ou meios consegue escapar a dificuldades ou contornar regras; o poder das posses dá vantagens.
Versão neutra
Quem tem meios, tem maneiras de contornar dificuldades.
Faqs
- O que significa literalmente 'quinta' e 'finta' neste provérbio?
‘Quinta’ refere‑se a uma propriedade rural ou bens; ‘finta’ vem de ‘fintar’ — enganar, esquivar ou encontrar um artifício. No provérbio, symboliza ter recursos que permitem contornar dificuldades. - É apropriado usar este provérbio em contexto formal?
É mais apropriado em registos informais ou jornalísticos quando se critica privilégio. Em contextos formais, uma formulação neutra é preferível, por exemplo: 'Quem tem meios, tem recursos para contornar obstáculos.' - O provérbio é ofensivo?
Não é inerentemente ofensivo, mas pode ser percebido como crítico ou cínico ao descrever desigualdades. Use com cuidado quando a intenção for diplomática. - Tem origem documentada?
É um ditado de tradição oral; não há autor conhecido nem data precisa de criação. Reflete observações sociais sobre o benefício das posses.
Notas de uso
- Usa‑se informalmente para comentar vantagens sociais ou económicas de quem tem recursos.
- Tem um sentido crítico ou irónico quando se refere a desigualdade de tratamento.
- Pode empregar‑se em contextos jocosos para indicar que quem tem alternativa não fica preso a problemas imediatos.
- Regionalmente mais comum em ambientes rurais e familiares, mas aplicável em situações urbanas contemporâneas.
Exemplos
- Quando a família ficou na rua, quem tinha uma quinta conseguiu alojamento imediato — quase de propósito: quem tem quinta, tem finta.
- Na negociação, foi fácil para a empresa com bens hipotecáveis obter melhores condições; quem tem quinta, tem finta.
- Ele não se preocupou com a multa porque tinha contactos e recursos para a minimizar — um bom exemplo de 'quem tem quinta, tem finta'.
Variações Sinónimos
- Quem tem meios, tem artifícios
- Quem tem recursos, encontra saída
- Quem tem posses, dispõe de vantagens
Relacionados
- Quem tem padrinho não morre pagão (sobre apoio/privilégio)
- Poder económico dá poder de decisão (máxima não proverbial, mas relacionada)
Contrapontos
- Ter recursos não garante justiça nem isenção de responsabilidades legais.
- O provérbio naturaliza desigualdades; a sociedade pode valorizar soluções que não dependam apenas de posses.
- Nem sempre quem tem bens consegue resolver todos os problemas — imprevistos e limitações legais existem.
Equivalentes
- inglês
Possession is nine‑tenths of the law / Money talks - espanhol
El que tiene dinero, tiene poder (equivalente aproximado)