Tão caipora que, se abrisse uma chapelaria, os meninos nasceriam sem cabeça.
Hipérbole que descreve alguém como muito rústico, inepto ou fora de contexto; usada para ridicularizar uma pessoa ou atitude como especialmente desajeitada ou absurda.
Versão neutra
É tão rústico que as suas iniciativas tendem a dar resultados absurdos.
Faqs
- O que significa 'caipora' neste provérbio?
'Caipora' remete ao folclore e à ideia de alguém do campo ou rústico; aqui é usado de forma metafórica para sugerir falta de jeito, estranheza ou atraso. - É ofensivo usar este provérbio?
Pode ser. Tem carácter depreciativo ao associar rusticidade a incompetência. Em contextos íntimos e jocosos pode ser aceite, mas em ambientes formais ou com desconhecidos é preferível evitar. - Quando é apropriado usar uma versão neutra?
Use uma versão neutra (por exemplo: 'É tão inexperiente que as suas iniciativas tendem a correr mal') quando pretende criticar comportamentos sem recorrer a estigmas culturais.
Notas de uso
- Trata-se de uma figura de linguagem hiperbólica — exagero com efeito humorístico ou depreciativo.
- É de uso coloquial e oral; encontra-se principalmente no Brasil, com variantes locais.
- Pode ser percebido como insultuoso ou estigmatizante (associa rusticidade a incompetência); usar com cuidado, sobretudo em contextos formais ou com desconhecidos.
- Funciona bem em registos informais, como sarcasmo entre amigos, mas evita-se em ambientes profissionais ou educativos.
Exemplos
- Quando o Tiago tentou organizar a feira e ninguém apareceu, disseram-lhe a brincar: ‘É tão caipora que, se abrisse uma chapelaria, os meninos nasceriam sem cabeça.’
- Na conversa de tasca, comentaram sobre a incapacidade do empregado: ‘Ele é tão caipora que faz confusão até para vender chapéus.’
- Usaram a frase em tom jocoso quando a reforma na loja só trouxe mais transtornos: ‘Se ele manda, a chapelaria fecha ao invés de abrir — tão caipora!’
Variações Sinónimos
- Tão caipira que, se abrisse uma chapelaria, ninguém usaria chapéus.
- Tão do mato que, se abrisse uma loja, as coisas corriam ao contrário.
- Tão sem jeito que até uma tarefa simples vira confusão.
Relacionados
- Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. (provérbio sobre traços difíceis de mudar)
- Quem não tem as unhas, que não enfeite os dedos. (sobre adequação e capacidade)
Contrapontos
- A expressão exagera negativamente a rusticidade; não deve ser usada para justificar discriminação contra pessoas do meio rural.
- Uma avaliação mais justa distingue falta de experiência de incompetência permanente.
- Em contextos profissionais, prefere-se criticar actos concretos e propor soluções em vez de recorrer a rótulos.
Equivalentes
- inglês
So uncouth that, if he opened a hat shop, babies would be born without heads. (literal); Idiomatic: "He's so clueless that if he opened a hat shop, everything would go wrong." - espanhol
Tan provinciano que, si abriera una sombrerería, los niños nacerían sin cabeza. (tradução literal); Variante idiomática: "Es tan torpe que lo estropearía todo." - francês
Tellement rustre que, s'il ouvrait une chapellerie, les enfants naîtraient sans tête. (tradução literal); Variante: "Il est tellement maladroit qu'il ferait tout de travers."