Vinho verde em Janeiro é mortalha no telheiro.
Aviso prático: vinho novo ou ainda pouco amadurecido guardado até ao inverno estraga‑se; figurativamente, adverte contra adiar demais coisas que precisam de maturação ou de ação atempada.
Versão neutra
Vinho novo guardado até janeiro pode estragar‑se.
Faqs
- O que quer dizer exactamente 'vinho verde' neste provérbio?
Aqui 'vinho verde' refere‑se ao vinho novo ou pouco amadurecido, não necessariamente ao Vinho Verde da região; a ideia central é a imaturidade que o torna susceptível de estragar. - Conhece‑se a origem histórica deste provérbio?
Não há uma origem documentada precisa; trata‑se de sabedoria popular ligada a práticas tradicionais de vindima e conservação do vinho em zonas rurais. - Posso usar o provérbio em contexto empresarial?
Sim. Figurativamente, o provérbio é útil para aconselhar a agir atempadamente ou não adiar decisões, especialmente quando a demora pode comprometer o resultado. - O provérbio aplica‑se nos tempos modernos, com técnicas de adega?
Parcialmente. Técnicas modernas reduzem alguns riscos, mas o princípio — que coisas imaturas ou mal conservadas podem estragar‑se se for adiada a intervenção — mantém‑se válido.
Notas de uso
- Literalmente aplica‑se à conservação do vinho: vinho novo ou insuficientemente fermentado pode azedar e estragar se for guardado de forma inadequada até meses frios.
- Usa‑se figurativamente para aconselhar a tomar decisões no tempo correcto e não adiar trabalhos, colheitas ou decisões que exigem maturação ou ação atempada.
- Palavras na frase: 'vinho verde' refere‑se a vinho novo/pouco amadurecido; 'mortalha' é o pano de enterro (metáfora para destruição); 'telheiro' é o sótão ou local de arrumos.
- Regional: provérbio de uso tradicional em zonas vitivinícolas de Portugal; pode soar arcaico em linguagem urbana moderna.
Exemplos
- Literal: Os agricultores sabiam bem que vinho verde em Janeiro é mortalha no telheiro, por isso tratavam das pipas e da fermentação logo após a vindima.
- Figurado: Não deixes aquele projecto para o fim do ano — vinho verde em Janeiro é mortalha no telheiro; age agora para evitar que estrague.
- Uso prático: Se queres conservar bem o mosto, controla a fermentação; caso contrário o vinho verde guardado até Janeiro pode tornar‑se impróprio para consumo.
- Conselho profissional: Na adega moderna a estabilização e a refrigeração mitigam riscos, mas o princípio mantém‑se: não adies a maturação nem a conservação de algo que requer cuidados.
Variações Sinónimos
- Vinho novo guardado demais estraga.
- Vinho inacabado em guarda transforma‑se em perdição.
- Não guardes vinho novo até ao Inverno.
Relacionados
- A pressa é inimiga da perfeição (relacionado com tempos e cuidado)
- Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje (sobre não adiar)
- Quem espera desespera (contraponto sobre esperar demais)
Contrapontos
- Na viticultura moderna existem técnicas (estabilização, clarificação, refrigeração, aditivos legais) que reduzem o risco de estrago, pelo que nem todo vinho novo guardado até Janeiro se perde.
- A expressão parte de práticas tradicionais: hoje alguns vinhos são intencionalmente consumidos jovens (por exemplo, vinhos verdes do Minho), pelo que o provérbio não se aplica sem consideração do tipo de vinho.
- Em contextos figurativos pode ser exagerado: nem toda espera é prejudicial; algumas acções beneficiam de tempo e paciência.
Equivalentes
- inglês
Literal/ideia: "New wine kept too long will spoil". Equivalente por sentido: "Strike while the iron is hot." - espanhol
Tradução literal: "Vino verde en enero es mortaja en el desván." Equivalente por sentido: "Hazlo ahora, que el tiempo no espera." - francês
Tradução literal: "Vin nouveau en janvier, linceul au grenier." Equivalente por sentido: "Il faut battre le fer pendant qu'il est chaud."